Após trabalhar como garimpeira e carvoeira, goiana se dedica à própria borracharia: ‘Muito orgulho do que eu faço’

Maria Nunes Manso, de 44 anos, toca uma borracharia em Aruanã, no noroeste de Goiás, há sete anos. Com humildade, ela conta uma história de determinação, coragem e força que a levou a onde está hoje. Enfrentando as dificuldade de ser mulher em um ramo predominantemente masculino, ela garante:

“Tenho muito orgulho do que eu faço”.

Moradores de Aruanã já gravaram Maria arrumando pneus de trator, caminhão e fazendo todo tipo de trabalho pesado que faz parte do dia a dia de uma borracharia no interior de Goiás. Para ela é como estar em casa.

“Eu gosto de serviço pesado, me sinto bem trabalhando assim. Passo o dia todo suja, mas não me importo. Me sinto à vontade”, contou.

Maria contou que garra corre no sangue: a mãe dela criou 12 filhos enquanto trabalhava e fazendas criando galinhas, porcos, tirando o sustento para a família. Ela nasceu na cidade de Goiás e, ainda criança, se mudou com a família para Faina.

“Trabalho desde uns 10 anos. Comecei ajudando minha mãe na roça, depois fui para o garimpo. Depois, fui trabalhar como carvoeira – esse serviço sim é muito pesado”, lembrou.

Depois de alguns anos morando com o marido e os três filhos em um assentamento vivendo da carvoaria, a família decidiu tentar uma vida nova em Aruanã.

“Viemos para cá em 2015. Eu tentei arrumar um emprego, mas não consegui. Aqui era fraco de comércio, de outras coisas, e notei que só tinha uma borracharia. Vi uma oportunidade”, contou.

Mesmo sem saber muito, ela encarou o desafio. Aprendeu um pouco com o filho e até com alguns caminhoneiros que paravam lá. Ela afirma que até hoje aprende todos os dias. Além da inexperiência, que ela encarou com determinação, também teve de lidar com um desafio muito maior: o preconceito.

“Muita gente já parou aqui e, quando viu que eu era mulher, foi embora, que não queria que eu fizesse o serviço por ser mulher. Antes eu ficava muito frustrada, me sentia humilhada”, disse.

Com determinação, ela foi provando que sabia o que estava fazendo e conquistando os clientes, sem dar importância para quem não dava valor ao serviço dela.

“Acham que mulher não vai dar conta, acha que é fraca, mas a verdade é que, quando a gente pega para fazer, a gente faz direito”, garantiu.

Fonte:G1

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