Como o pouso do foguete da SpaceX no mar muda viagem a Marte

size_810_16_9_foguete-falcon-9-da-spacexSão Paulo – A SpaceX, liderada pelo bilionário Elon Musk, conseguiu um feito inédito na noite da última sexta-feira (8): aterrissar um foguete que esteve na órbita terrestre em uma plataforma marítima no Atlântico.

Foram cinco tentativas ao longo de um ano e meio até que a companhia conseguisse realizar esse pouso histórico do foguete chamado Falcon 9, que tem implicações diretas na realização de uma viagem e até da colonização do planeta Marte, na visão de Musk.

“Isso aumenta dramaticamente a minha confiança de que uma cidade em Marte é possível”, afirmou Musk, quando conseguiu pousar seu primeiro foguete.

Na semana passada, o Falcon 9 lançou a cápsula Dragon ao espaço para levar suprimentos à Estação Espacial Internacional e voltou à Terra para pousar sobre uma plataforma marítima móvel, que se posicionou da forma mais adequada para receber o foguete.

Dois tipos de pouso

Esta é a segunda vez que a SpaceX pousa um foguete. Em dezembro do ano passado, a companhia trouxe de volta à Terra outra unidade do Falcon 9, que aterrissou em terra firme em Cabo Canaveral.

A diferença entre os dois tipos de pousos é o gasto de combustível. Para chegar a um ponto determinado em terra firme, o foguete precisa queimar combustível e há também o consumo necessário para que o foguete se ajuste para aterrissar verticalmente, sem tombar e explodir.

Como a plataforma marítima se desloca para o melhor ponto em alto mar para receber o Falcon 9, o gasto de combustível é menor, já que ele só precisa usá-lo para ajustar sua posição e minimizar o impacto.

Redução de custos

Aliás, o corte de custos é a premissa da SpaceX desde que começou a realizar testes dessa natureza. Uma unidade do Falcon 9 custa 60 milhões de dólares e normalmente seria descartada após uma viagem. A reutilização seria menos onerosa, uma vez que reabastecê-lo significaria um gasto entre 200.000 e 300.000 dólares – fora eventuais reparos necessários.

Ou seja, com isso, enviar cápsulas de suprimentos e materiais para a colonização de Marte se tornará algo mais barato do que antes do pouso do Falcon 9.

“Para que nós realmente possamos oferecer acesso ao espaço, temos que conseguir a reutilização completa e rápida. E ser capaz de fazer isso com o principal propulsor de foguete terá um enorme impacto no custo”, disse Musk, durante uma coletiva de imprensa após a aterrissagem do Falcon 9. Vale lembrar que a SpaceX chegou a promover um voo comercial para a Lua, mas ele não chegou a acontecer.

A presidente e chefe de operações da SpaceX, Gwynne Shotwell, espera uma redução de custos de cerca de 30% no valor de lançamentos de foguetes. Com isso, todo o programa espacial dos Estados Unidos deve ter uma economia sensível. Isso porque a SpaceX leva cargas para a estação espacial da Nasa desde 2010.

Logo, a agência espacial americana não hesitou em parabenizar o feito da empresa de Elon Musk. “Bela forma de pousar e enviar a Dragon para a estação espacial”, disse a Nasa, no Twitter.

No entanto, vale lembrar que apesar da ambiciosa visão de Musk de criar uma colônia humana em Marte, a SpaceX não é a única empresa que consegue pousar foguetes – apesar de ser a única a fazer isso no mar. A Blue Origin, que pertence a Jeff Bezos, o fundador da Amazon, também realizou sua primeira aterrissagem em terra firme em novembro do ano passado. Esse foguete chamado Vulcan, porém, tinha ido a uma altitude menor: 100 km.

Com isso, as duas companhias planejam oferecer foguetes reutilizáveis, dessa maneira, tornando a exploração espacial menos custosa.

Fonte: Exame.com

 

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