Ex-aluno que confessou matar professora: entenda ordem dos acontecimentos no dia do crime

Um ex-aluno da professora Cleide Aparecida dos Santos, de 60 anos, invadiu a residência dela, a matou com golpes de faca e fugiu de bicicleta na madrugada da quarta-feira (24), em Inhumas, conforme informou a polícia. O jovem de 24 anos, que trabalha como auxiliar de produção, contou à Polícia Civil que manteve um sentimento de raiva contra a docente por cerca de 8 anos. Essa raiva surgiu de supostas broncas que Cleide dava nele por bagunças em sala de aula.

O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia. Por isso, o g1 não localizou a defesa para se manifestar até a última atualização desta reportagem.

No dia do crime, o sentimento se reacendeu quando o jovem passou pela casa da professora, a cumprimentou, mas foi aparentemente ignorado por ela, conforme consta no boletim de ocorrência. Em depoimento, ele contou que esse gesto foi o estopim para cometer o crime.

Após matar a professora e fugir, ele procurou atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com um dos pés machucado. A Polícia Militar foi avisada e prendeu o rapaz na unidade médica. Para a polícia, ele disse que se cortou ao chutar a porta da casa.

Um vídeo de câmera de segurança mostra quando o ex-aluno fugiu da casa dela logo após o crime. Ele aparece na rua indo embora em uma bicicleta.

A professora foi enterrada em Inhumas sob forte comoção de familiares e alunos. No dia seguinte após a morte, a escola em que ela trabalhava suspendeu as aulas por motivo de luto.

Raiva das broncas

Segundo a versão do jovem, mesmo com as broncas em sala de aula, a professora nunca aplicou uma punição formal, como advertências ou suspensão, era sempre verbal. O jovem e a docente conviveram por 3 anos, segundo ele.

Na época, o jovem disse que ela era diretora da Escola Castelo Branco. Fora do colégio, ele relatou se sentir ofendido em alguns encontros com a professora quando ia levar os irmãos para a escola.

“Quando se deparava com Cleide na rua e esta o via, ela colocava a mão na boca e fazia algum gesto, que considerava como ofensa. Sempre que me via, dizia: ‘Sai para lá, traste'”, relembrou no depoimento.

Depois de mais velho, ele disse que estava na escola onde a professora trabalhava, há alguns anos, e presenciou uma aluna sendo injuriada por ela e isso o fez lembrar de quando levava as tais broncas no colégio.

Crime

O auxiliar de produção admitiu à polícia ter matado a professora em razão dessa raiva mantida por cerca de 8 anos. A intenção inicial era dar um susto nela, mas acabou a esfaqueando por ficar com raiva na hora.

Em detalhes, ele relatou que pulou o muro da casa e quebrou a porta dos fundos. Assim, o jovem entrou na residência, mas encontrou um rapaz e correu para trás. Neste momento, a lâmpada do lado de fora se acendeu e ele voltou.

“O rapaz disse que era ladrão. Então correu para trás da casa e depois ouviu um barulho na porta da frente. Foi até a janela e viu a vítima. Ela então abriu a porta e ficou por trás da porta”, descreve o depoimento.

Em seguida, o jovem relata que deu um chute na porta e entrou na casa. Ao se encontrar com a professora, começou a dar facadas nela. Ele disse que não se recorda de quantas facadas deu na idosa.

Dentro da casa, ele conta que não falou nada com a professora nem com o rapaz. A polícia informou que o rapaz o qual o jovem se refere era o filho da vítima, que foi ferido no braço por golpes de faca. O jovem alegou que ele entrou na frente e, por isso, o atacou. A idosa também não falou nada e ele acredita que não foi reconhecido no momento.

Ao sair de dentro da casa, o suspeito perdeu o chinelo e voltou para pegar, mas alegou que havia muito sangue no chão e decidiu ir embora descalço, pulando o muro. Do lado de fora da residência, ele fugiu na bicicleta que pertence à sua mãe e foi direto para casa.

O Corpo de Bombeiros foi chamado para socorrer a vítima, a encaminhou para uma unidade de saúde, mas ela não resistiu aos ferimentos.

Quem era Cleide Aparecida

A Secretaria Estadual de Educação informou que Cleide era servidora efetiva da rede estadual de ensino desde 1985, quando entrou para o magistério aos 23 anos de idade. A docente dedicou 37 anos de sua vida à educação.

A coordenadora regional de educação de Inhumas, Thaís Monturil, disse que trabalhou com Cleide e lamentou a morte da professora.

“Uma pessoa que colaborou muito com a educação e hoje trabalhava como professora de apoio. Recebemos a notícia e as escolas estão consternadas, a cidade está compadecida”, lamentou.

Atualmente, a professora trabalhava como profissional de apoio no Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Horácio Antônio de Paula, que foi o último cargo ocupado. A Secretaria Estadual de Educação informou que ela tinha um grande papel na formação dos alunos da educação especial.

Fonte:G1

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