Farmácia suspeita de vender remédio errado à família de bebê que morreu após tomar colírio fez escala com farmacêutica que já tinha pedido demissão, diz PC

A farmácia Ultra Popular, suspeita de vender um remédio errado para a família do bebê que morreu após tomar colírio, apresentou para a Polícia Civil uma escala com o nome de uma farmacêutica que estaria trabalhando no dia em que houve o suposto erro na venda dos remédios. Mas essa farmacêutica prestou depoimento nesta semana na delegacia de Formosa e disse que não estava na drogaria porque já tinha pedido demissão há 23 dias.

“O balconista e a gerente disseram que ela estava no dia. O dono da farmácia ligou para ela pedindo para que ela regularizasse a folha de ponto, para possivelmente vinculá-la à farmácia, como se ela tivesse trabalhado no dia 5 de março”, explicou o delegado Paulo Henrique Ferreira.

Agora, a polícia vai intimar o dono e a gerente da farmácia para prestarem novo depoimento, já que eles afirmaram que a farmacêutica estava de plantão. Com as novas declarações, a investigação quer saber se tinha outro profissional na escala.

A Drogaria Ultra Popular informou na época da morte que contribui com as investigações da polícia, que refuta qualquer juízo de valor antecipado e se solidariza com a perda e familiares.

Ravi Lorenzo morreu no dia 5 de março desse ano. A família disse que ele tinha sintomas de gripe e recebeu prescrição médica para tomar bromoprida para tratar enjoo. Emanuely Fonseca, mãe do bebê, disse que o balconista vendeu por engano um colírio para glaucoma.

A mãe disse que Ravi estava bem antes de tomar o colírio e até sorria para os pais. Ele tinha apenas 2 meses de vida. O mal-estar começou logo após a ingestão do medicamente, que é contraindicado para crianças menores de 2 anos.

O laudo da autópsia feita no corpo de Ravi foi inconclusivo para apontar a causa da morte, mas faltam ainda dois exames completamentares que podem mostrar se o uso do colírio causou a morte do bebê.

Medicamento errado

O colírio “tartarato de brimonidina”, que foi vendido para a família do bebê, é contraindicado para menores de 2 anos, segundo a bula do remédio.

A bula diz ainda que o medicamento pode causar efeitos colaterais como dificuldade na respiração, diminuição no batimento cardíaco e coma (veja lista completa abaixo).

“O avô paterno foi à farmácia comprar o remédio, chegou lá com a receita, entregou a receita para ele [atendente] e foi a hora que ocorreu o erro do homem da farmácia. Era um remédio para enjoo, e ele acabou dando um colírio”, contou Emanuely Fonseca.

À TV Anhanguera, o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) disse que não havia erro na receita e a letra do médico estava legível. Luciane Cali, vice-presidente do conselho, disse que um fiscal da instituição vai até a farmácia para apurar se tinha algum farmacêutico no local no momento da venda do remédio.

“Lá está claramente escrito que é uso oral, como você dispensa um colírio para uso oral? É um erro muito grotesco”, disse Luciane.

Além da consideração sobre a receita, Luciane disse que a forma em que os medicamentos estavam expostos chamou atenção.

“Quando você coloca grupos de medicamentos, selecionados de acordo com o mecanismo de ação ou com a patologia que eles servem, acaba gerando uma certa confusão. O importante é que quem está dentro da farmácia conheça sobre o medicamento”, explicou.

Efeitos colaterais após uso do colírio em menores de 2 anos:

  • apneia (dificuldade na respiração);
  • bradicardia (diminuição no batimento cardíaco);
  • coma, hipotensão (pressão baixa);
  • hipotermia (temperatura corporal baixa);
  • hipotonia (redução da força muscular);
  • letargia (perda da sensibilidade e do movimento);
  • palidez;
  • depressão respiratória;
  • sonolência.

Fonte:G1

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