Mulher morre após passar mal em confusão em frigorífico que vendia ‘picanha mito’, diz família à polícia

A família de uma mulher registrou um boletim de ocorrências no domingo (2) denunciando que ela morreu após passar mal em um tumulto na porta de um frigorífico de Goiânia que anunciou uma promoção de “picanha mito”. A publicidade usava a imagem do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Um vídeo mostra diversos clientes aglomerados tentando forçar a entrada no local.

O Frigorífico Goiás anunciou uma promoção de que o quilo da picanha seria vendida a R$ 22 para quem estivesse usando a camiseta do Brasil. O valor original era R$ 129,99.

g1 tentou contato com o Frigorífico Goiás por telefone e mensagem de texto nesta segunda-feira (3), mas nenhum responsável pela empresa foi localizado para se manifestar sobre a confusão até a última atualização dessa reportagem.

Vídeos mostram dezenas de pessoas aglomeradas na porta do frigorífico, forçando a entrada. As portas de vidro se quebraram. Seguranças tentaram conter o tumulto, mas acabaram sendo empurrados. A Polícia Militar foi chamada para tentar conter a confusão.

O caso foi registrado inicialmente como morte acidental. O marido da vítima é bombeiro aposentado e disse que ela já tinha uma doença preexistente e que foram ao frigorífico e que houve uma aglomeração na porta. Com isso, a mulher acabou sendo espremida e decidiu esperar pelo marido no carro.

Quando o homem voltou, percebeu que a perna da esposa estava muito inchada e ela reclamava muito de dor. O casal, então, voltou para casa.

O marido contou ainda que saiu para votar, mas a esposa ligou dizendo que seguia com muitas dores. Ele voltou e a levou a um hospital para receber os primeiros atendimentos.

Os médicos, então, a transferiram para uma unidade especializada em angiologia, pois o problema era vascular. Porém, a mulher não resistiu e morreu devido a uma hemorragia.

Propaganda irregular

O juiz eleitoral Wilton Muller Salomão determinou a suspensão da promoção e da divulgaçaõ dela.

“A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela indícios suficientes para caracterizar, em sede de um juízo não exauriente, conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral”, escreveu o magistrado.

Em entrevista ao g1, um especialista em justiça eleitoral informou que o desconto de mais de R$ 100 no kg de picanha pode ser configurado como um “incentivo” ao eleitor votar em Bolsonaro.

“Pode ser um elemento para incentivar o voto. Claro que deve ser analisado, mas pode ser configurado crime de corrupção eleitoral”, disse.

Fonte:G1

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