Protocolo com dexametasona já era utilizado por alguns municípios goianos

Estudo recente da Universidade de Oxford mostrou que o tratamento com a dexametasona reduziu em até 1/3 o risco de morte dos pacientes entubados usando respiradores mecânicos, e em 1/5 para pessoas que estavam recebendo oxigênio suplementar por causa do coronavírus. Não foi observada diferença nos pacientes que não necessitavam de oxigênio.

Antes mesmo dessa comprovação de eficácia na diminuição de mortalidade, a medicação já era utilizada em larga escala em vários países do mundo. No Brasil, a dexametasona vem sendo utilizada em pacientes graves num consórcio dos hospitais Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, HCor, Moinhos de Ventos, Oswaldo Cruz e Sírio Libanês.

Em Goiás, o município de Trindade adotou o uso da dexametasona, entre outros corticoides, desde o inicio da pandemia, alcançando bons resultados. “Nossas avaliações foram bastante positivas. Existe um grupo de estudo liderado pela dra. Marina Bucar, onde médicos do país inteiro discutem e trocam experiências. Estamos sempre atualizados e à frente da maioria dos municípios. O uso de corticoide já está no nosso protocolo desde o início”, afirmou o médico, Elter Borges de Campos Souza, diretor da UPA de Trindade.

O Hmap de Aparecida de Goiânia que utiliza os protocolos do Hospital Sírio-Libanês e prevê o uso desse medicamento também saiu na frente no tratamento promissor.

Em Anápolis, o  procedimento também já é adotado em pacientes internados que apresentam casos graves e moderado, desde o início da pandemia.

Já na rede estadual de saúde, a dexametasona ainda não foi difundida em seu protocolo. No entanto, a pasta diz que acompanha avaliações e os resultados das pesquisas para decidir pelo uso do medicamento.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde de Goiânia informou que não trata pacientes, apenas os encaminha às unidades que possuem gestão terceirizada como Hospital das Clínicas e Maternidade Célia Câmara , para tratamento em leitos contratados.

O Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) informou que desde sua inauguração em abril, período em que já existiam evidências científicas que comprovavam o resultado positivo do uso da dexametasona para o tratamento da Covid-19, a substância foi incluída no protocolo médico da unidade. O HMMCC salienta que uma publicação robusta e completa como o trabalho divulgado pela Universidade de Oxford reforça que o tratamento com o medicamento deve ser continuado.

O Hospital assinala que os resultados obtidos nos pacientes que fizeram uso da Dexametrasona foram extremamente positivos, principalmente nos casos de extubação, tendo em vista que a taxa de pessoas extubadas no HMMCC está acima da alcançada mundialmente. É importante ressaltar que a substância é um adjuvante ao trabalho realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), considerada de alta performance por ter equipe multiprofissional séria, responsável e competente, além de fluxos de processos bem alinhados e adaptados à realidade imposta pela COVID-19.

A unidade de saúde destaca que a dexametasona deve ser usada de maneira intrahospitalar, em casos graves e em estágio avançado da Covid-19 e pontua à população que, no momento errado, o medicamento pode causar transtornos ao invés de contribuir com a recuperação do paciente.

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