Defesa de fazendeiro réu por ajudar Lázaro Barbosa quer provar inocência do cliente mesmo após a morte dele: ‘Devolver dignidade’

Mesmo após a morte de Elmi Caetano, de 74 anos, a defesa quer provar a inocência dele diante das acusações de que ajudou Lázaro Barbosa a fugir da polícia. O advgoado Ilvan Barbosa disse que pretende se manifestar perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) pedindo que o processo não seja arquivado e continue tramitando para que ele possa apresentar as provas que tem a favor do cliente.

“Vamos manifestar no sentido de continuidade processual, com fito de provar sua inocência para, ao final, o senhor Elmi ter a dignidade que lhe fora tirada devolvida. Não só para ele, mas para seus familiares”, defendeu.

Elmi morreu no domingo (27). Ele morava com a esposa e os filhos em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Também segundo o advogado, o cliente lutava contra um câncer no esôfago, um problema no pâncreas e diabetes.

Consultado pelo g1, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara explicou que o advogado pode fazer esse pedido ao magistrado, mas é improvável que ele seja atendido.

“Nunca vi isso ocorrer, até porque o Código Penal diz expressamente que, com a morte do agente, extingue a punibilidade”, ponderou.

Especialista em direito criminalista, o advogado Eloi Campos explicou que a defesa pode pedir a absolvição sumária do cliente, que é prevista quando o réu morre.

Segundo ele, a solicitação pode ser uma forma de evitar que o juiz responsável se abstenha de inocentar o acusado, porque a Justiça já prevê que ele não pode ser considerado culpado se morrer sem que o processo tenha sido concluído e esgotadas as possibilidades de recurso.

As acusações contra Elmi foram de que ele abrigou Lázaro Barbosa e deu informações falsas à polícia sobre onde o procurado estava – veja aqui depoimento do caseiro sobre como teria sido ajudaO fugitivo foi morto após 20 dias de busca.

Processo

Elmi e o caseiro que trabalhava para ele foram presos no dia 24 de junho de 2021 em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás. Segundo a polícia, ele ficou em silêncio ao ser interrogado na delegacia. Advogado dele, Ilvan contou que o cliente ficou detido por 12 dias, depois foi solto.

O Ministério Público denunciou o fazendeiro no dia 30 de junho de 2021. Elmi se tornou réu em 6 de julho do mesmo ano.

O advogado disse que o processo do cliente estava suspenso aguardando laudos periciais que comprovariam se Lázaro estava mesmo ou não na fazenda de Elmi.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), geralmente, quando o réu morre, o caso é arquivado. No entanto, leva alguns dias até que seja definido o que realmente deve acontecer.

Até a manhã desta terça-feira (29), a movimentação mais recente no processo era de novembro de 2021.

Lázaro Barbosa

Lázaro foi procurado durante 20 dias por uma força-tarefa com mais de 270 agentes. Ele tinha uma extensa ficha criminal, fugiu três vezes da prisão e era acusado de diversos crimes.

O fugitivo morreu em confronto com a polícia na manhã do dia 28 de junho de 2021. Segundo o boletim de ocorrências, foram disparados 125 tiros, dos quais quase 40 o atingiram, segundo a Secretaria de Saúde de Águas Lindas de Goiás.

O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro descarregou uma pistola contra os policiais ao ser encontrado em Águas Lindas de Goiás.

“Ele descarregou a pistola contra os policiais e não tivemos outra alternativa se não revidar”, afirmou Rodney.

Fonte:G1

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