Diretora de escola onde crianças marcham e empunham réplicas de armas é exonerada da função, em Padre Bernardo

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) exonerou na sexta-feira passada (2) a diretora do Colégio Estadual Santa Bárbara, onde crianças foram filmadas marchando e empunhando réplicas de armas, em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal.

A Seduc explicou que a mulher foi exonerada da função de diretora e voltou ao cargo de professora. Ela será remanejada dentro da rede estadual de ensino. A pasta exonerou a docente porque a atividade foi realizada sem apresentação de projeto (leia a nota ao final).

O nome dela não foi divulgado. Por isso, o g1 não localizou a defesa para se manifestar sobre a exoneração da função de diretora até a última atualização desta reportagem.

O vídeo foi divulgado em 31 de agosto deste ano. Nas imagens, seis crianças aparecem marchando e fazendo atividades militares com réplicas de armas nas mãos. Foram cinco meninos e uma menina que participaram da atividade promovida pela Guarda Mirim.

No vídeo, é possível ver que as crianças obedecem às ordens de um instrutor vestido com farda militar. Ele manda os meninos trocarem de lugar, dar meia volta, marcharem do meio do pátio até um muro e depois voltar. Mal conseguindo segurar a arma, eles seguem as ordens sem questionar.

A Prefeitura de Padre Bernardo informou à época da divulgação do vídeo que a administração sequer foi informada sobre o início das atividades com os alunos, bem como as práticas que seriam ensinadas.

Atividade militar

No vídeo, as crianças obedecem às ordens do instrutor Hélio Pereira Pinto, de 65 anos, que diz ser sargento aposentado da Aeronáutica.

Hélio disse não acreditar que a utilização das réplicas incentiva as crianças de forma negativa.

“A arma ali não é um incentivo para o lado negativo, e sim cerimonial. É a arma cruzada, descansar, em sentido, para ficar uma coisa bonita, uniforme. Não vejo nada demais”, disse o instrutor.

À TV Anhanguera, pais de alunos contaram que o curso da Guarda Mirim existe desde março e que as aulas estariam ocorrendo sempre aos domingos à tarde. Uma das alunas do curso, uma menina de 11 anos, conta que fazia parte do treinamento aprender a usar a arma.

“A gente só vai marchando com as armas. A gente nunca treinou atirar mesmo não, só marchar”, detalha a menina.

Já a mãe de uma aluna disse não concordar com a parte do treinamento que ensina o manuseio da arma.

“Mesmo se eles se formarem para serem policiais, está muito cedo ainda, porque vai incentivando, né? Querendo ou não, incentiva as crianças a ficarem mais violentas”, disse a mãe.

Fonte:G1

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