Mesmo sem mar, o mercado está para peixe em Goiás

Com uma produção anual de 34 mil toneladas de peixes, segundo levantamento de 2016 da Associação Brasileira de Aquicultura (ABRAq), Goiás é um dos estados que mais se destaca em uma das atividades que mais cresce no país, a piscicultura, ou criação de peixes.

O estado possui extensas áreas hídricas propícias à instalação de tanques-rede, viveiros escavados e farta oferta de grãos para rações. Conforme levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Goiás (Emater), Goiás possui cerca de dois mil piscicultores.

A piscicultora Ahnizeret da Silva Guimarães, de 48 anos, decidiu abandonar a advocacia em 2007 para se dedicar exclusivamente à criação de peixes na piscicultura ‘Água Viva’, localizada nas proximidades de Bela Vista de Goiás, município distante cerca de 52 km de Goiânia.

Atualmente, a estrutura da propriedade engloba 28 raceways, 54 tanques-rede e 22 tanques escavados, além de um laboratório de reprodução de peixes nativos. Segundo a piscicultora, o processo produtivo é divido em ciclos, que duram aproximadamente um ano cada.

“Nós produzimos larvas. Nosso laboratório entrega pós-larva para Minas Gerais, Tocantins e Goiás. Hoje a nossa produção de pós-larva é de mais de 10 milhões, isso na safra de peixes nativos. Na entressafra nós trabalhamos com a lambaricultura (produção de lambaris para isca), produzimos pós-larva para os mesmos estados. Ai vem a produção de alevinos. Temos uma produção estimada de dois milhões de alevinos por safra, que são vendidos para pesque-pagues e condomínios fechados. Parte da produção também vai para os nossos parceiros”, explica.

Cerca de R$ 1 milhão foram investidos na construção da Água Viva. O carro-chefe da piscicultura é a Patinga, cruzamento do Pacu com a Pirapitinga do Araguaia. Ao lado da Patinga, a Tilápia, um dos peixes mais bem aceitos no mercado nacional, é vendida para restaurantes e supermercados de Goiânia. Apesar de comemorar o sucesso das vendas, Anizeret reforça que o sucesso nos negócios só foi possível porque ela investiu em cursos de formação e capacitação.

“Primeiro é preciso fazer um Plano de Negócios. De 2015 para cá a piscicultura se expandiu. Essa expansão se deve a órgãos como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Emater que têm mostrado para o produtor que a gente (estado de Goiás) tem água, espaço e clima. As universidades abriram as portas para nós produtores, então a gente tem que buscar conhecimento, aprender”, ressalta a piscicultora.

Fonte: sucessonocampo

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