Moradoras de Cachoeira Alta são investigadas por racismo ao xingarem nortistas e nordestinos após resultado das eleições

Três moradoras de Cachoeira Alta, no sudeste goiano, são investigadas por racismo ao xingarem nordestinos e nortistas após o resultados das eleições do primeiro turno. Em um grupo de WhatsApp, elas criticam quem votou em Lula e “mandam” os nordestinos voltarem para casa.

“Esses comedor [sic.] de calango tinham que voltar para lá. Se eles gostam de calango, volta para lá. Vem atrapalhar a gente. Tem que mandar explodir aquela bosta, aquela parte do nordeste lá. Povo vagabundo, quer ficar vivendo de bolsa família de R$ 60”, diz uma das mulheres.

Como os nomes das mulheres não foi divulgado pela polícia, o g1 não conseguiu localizar as defesas delas para que se posicionassem.

Segundo o advogado que atua no caso, Wesdra Benvindo Leitão, uma das mulheres trabalha no Ministério Público de Goiás (MP-GO), outra no Hospital Municipal de Catalão e a terceira em uma loja de materiais de construção na cidade.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que a Corregedoria-Geral do órgão tomou conhecimento do fato e vai apurar a conduta da servidora disciplinarmente.

A Prefeitura de Cachoeira Alta informou à TV Anhanguera que a técnica de enfermagem que divulgou o áudio foi afastada das funções, que repudia qualquer tipo de ofensa e descriminação, e que o município é um lugar de todos e para todos.

Uma das mulheres chega a falar que os moradores do norte e nordeste comem calango e vêm para Goiás ‘andar de carro’. Ainda fala sobre a ocupação da cidade em que moram.

“A Cachoeira daqui 10 anos não tem cahoeiraltense mais. Nós vai ser a minoria aqui [sic.], negócio de 15, 20%. Porque a Cachoeira está cheia destes nortistas filhos da p… que tá comendo calango no sol do meio dia e vem para cá andar de carro, desfrutar da nossa estrutura. Lá eles vivem vida de cachorro”, disse uma das mulheres.

Investigação

Segundo o delegado responsável pelo caso, Márcio Henrique Marques, o crime é enquadrado como racismo e as mulheres serão intimadas a prestarem depoimento.

“A motivação teria sido por intolerância política, após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais do último domingo. Caso considerados culpados, os autores do crime podem pegar cinco anos de prisão”, disse o delegado.

Fonte:G1

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