Polícia Civil apreende arma e celular de PM suspeito de atirar em fiel dentro de igreja por suposta briga política, em Goiânia

A Polícia Civil apreendeu a arma e o celular do policial militar Vitor da Silva Lopes, suspeito de atirar no amigo Davi Augusto de Souza, dentro da igreja que frequentam, por suposta briga política, em Goiânia. A corporação busca provas de que a discussão entre os dois foi realmente por causa de política. Um vídeo gravado por um fiel mostra o momento em que bombeiros chegam ao local para o resgate.

Em nota, a Polícia Civil disse que 13 pessoas já foram ouvidas até esta sexta-feira (9), entre autor, vítima, familiares, testemunhas oculares e cooperadores da igreja.

A corporação informou que aguarda ainda o relatório médico fornecido pela unidade de saúde que atendeu a vítima para complementar a investigação.

O cabo da PM Vitor da Silva Lopes, que atirou, disse que foi atacado pela vítima e seus familiares e reagiu. Num dado momento, ele achou que queriam tomar sua arma e, por isso, a sacou e pediu para se afastarem, o que não foi obedecido. Para se defender, ele alega que fez um disparo na perna da vítima para cessar as agressões, sem intenção de matá-la.

A reportagem não conseguiu contato com a igreja para um posicionamento sobre o caso.

O caso aconteceu em 31 de agosto deste ano. Davi Augusto foi atingido na perna dentro da Igreja Congregação Cristã no Brasil, localizada no Setor Finsocial. Em nota enviada nesta sexta-feira, o Hospital Governador Otávio Lage (Hugol) disse que Davi encontra-se com o estado geral regular, consciente e respirando espontaneamente.

Discussão em igreja

Davi foi baleado dentro da Igreja Congregação Cristã no Brasil. Segundo Daniel Augusto de Souza, irmão da vítima, a briga se deu por causa de uma circular sobre eleições que foi distribuída na igreja, pedindo aos fiéis para não votarem em candidatos que têm plano de governo a favor da desconstrução das famílias. A publicação foi realizada em abril deste ano e lida em todas as congregações.

“Meu irmão saiu para beber água e o policial também. Do lado de fora, meu irmão, o policial e outra pessoa começaram um debate sobre quem da igreja apoia ou não o governo, que os membros não deveriam votar na esquerda, como indicaram os líderes”, comentou o irmão.

Ele contou também que o culto seguia normalmente enquanto o irmão era atendido por bombeiros no corredor do templo.

“Não devemos votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus, isto é, casamento entre homem e mulher”, diz a carta.

Ao g1, Daniel ainda contou que Vitor é um amigo de longa data da família. Ele conta que conheceu o policial militar quando este tinha apenas 7 anos de idade. Já seu irmão, Davi Augusto, e Vitor, teriam se tornado amigos quando o policial entrou para a igreja em que ambos frequentam, há mais de dez anos.

A Polícia Militar informou na época do tiro que abriu um procedimento administrativo disciplinar para verificar a conduta do policial e afirmou que ele segue trabalhando normalmente.

A reportagem questionou ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) se a publicação de documentos com orientações políticas por igrejas é considerada crime eleitoral, mas o órgão disse que o questionamento deve ser realizados ao Ministério Público Eleitoral (MPE). Desta forma, o g1 entrou em contato com o Ministério Público Federal (MPF), que responde pelo MPE, às 18h50 em 2 de agosto e não obteve resposta.

Fonte:G1

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